quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Corinthians 4 x 0 Once Caldas: quando a Arena Corinthians foi realmente Corinthians

Foto: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians
Por: Guilherme Sacco (@guilhermesacco)

Quem diz que torcida não ganha jogo, certamente nunca viveu uma partida de Libertadores. Ontem, em Itaquera, tivemos mais um exemplo de como o torcedor entra em campo, sim, e joga junto com o time. Quinze minutos antes da bola rolar, os mais de 36 mil corinthianos faziam do estádio um inferno para os jogadores do Once Caldas. Durante o aquecimento dos goleiros, o preparador adversário provocou a massa alvinegra. Não deve ter demorado nem 30 segundos de jogos para o colombiano se arrepender. Empurrado pela Fiel, o Corinthians roubou a bola na saída do Once Caldas, Emerson Sheik recebeu pela esquerda e marcou um golaço, explodindo a Arena em festa.

Depois do gol, o Corinthians deu uma diminuída no ritmo e chegou a sofrer o empate, mas o gol colombiano foi anulado. Depois do susto e, principalmente, quando Paolo Guerrero foi expulso, aos 26 minutos, a torcida cantou ainda mais alto e passou a jogar junto com a equipe. Cantando sem parar, comemorando qualquer chutão para lateral, vibrando com os dribles e provocações de um Emerson Sheik endiabrado e pressionando o adversário o máximo possível, a Fiel ajudou a equipe a manter os nervos e segurar a vantagem de 1 a 0 e quase explodiu de alegria quando o camisa 11 carimbou o travessão na última jogada da primeira etapa.

Durante o intervalo, a torcida esqueceu por uns momentos da Libertadores e passou a focar no clássico de domingo, contra o Palmeiras. Na volta do segundo tempo, o Once Caldas assustou duas vezes e os corinthianos cantavam cada vez mais alto. Quando parecia que os colombianos dominariam a partida, Jadson bateu escanteio e o contestado Felipe balançou as redes.
O segundo gol fez a Fiel crescer ainda mais e o Once Caldas se perdeu na partida. Pressionados pelo barulho ensurdecedor vindo das arquibancadas, os jogadores da equipe colombiana perderam a cabeça e Murillo, aos 24 minutos, deu um tapa em Fágner, recebeu o segundo amarelo e foi expulso. Com 10 contra 10, o Timão abusou do bom futebol e a Fiel viveu um sonho.

Na cobrança da falta que originou a expulsão de Murillo, Jadson inverteu a bola para Sheik, que provocou. Ao dominar a bola, o camisa 11 fez embaixadinhas na frente do defensor, arrancou e tocou para Elias. O volante fez uma linda tabela com Jadson, tocou para Renato Augusto, que fez o pivô e devolveu para o camisa 7, cara a cara, tocar no alto, sem chance para Cuadrado e marcar um gol de placa, talvez o mais bonito da (breve) história da Arena Corinthians.

O 3 a 0 no placar deixou a Fiel nas estrelas. A partir daí, tudo foi festa. Gritos de olé a cada toque de bola alvinegro, “ola” nas arquibancadas, empolgação digna de uma torcida que via sua equipe jogar com muita qualidade, mas, principalmente, com muita dedicação. Atuações (dentro e fora de campo) que ainda seriam coroadas com um golaço de Fágner, que recebeu um lindo passe de calcanhar de Sócrates, digo, Renato Augusto e tocou com categoria na saída de Cuadrado para fechar o placar.


Uma vitória espetacular do Corinthians, com show dentro e fora dos gramados. No primeiro jogo de Libertadores da sua história, a Arena Corinthians foi realmente Corinthians pela primeira vez e mostrou ser um ambiente aonde a torcida faz, sim, muita diferença. E que venha o dérbi de domingo!

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