sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

A "Pré-Libertadores" muito além da goleada corinthiana

Por: Felipe Ferreira (@felipepf)

Muito além da goleada do Corinthians sobre o Once Caldas, a abertura da primeira fase da Copa Libertadores, que insistem em chamar de "Pré-Libertadores", reservou muitas outras emoções. Desde o retorno triunfal do Huracán a Cerro Porteño e Nacional sendo surpreendidos, a semana inicial do mais importante torneio da América do Sul foi muito importante para nos mostrar que o espírito copero y peleador está de volta para agradar nossos meios de semana.

Diante de tantos acontecimentos, não poupamos esforços e trazemos à tona uma análise sucinta a respeito dos outros cinco jogos (fora Corinthians 4 x 0 Once Caldas) que inauguraram o certame continental e este é o maior propósito deste post. Por isso, sem mais delongas, vamos ao que interessa.



Alianza Lima 0 x 4 Huracán: o triunfal retorno do Globo


Foram 41 anos longe da Libertadores, mas, ao menos, o Huracán voltou em grande estilo. Encarando o Alianza Lima, fora de casa, em jogo disputado sob portões fechados, os argentinos, ainda sem o ótimo Cristian Espinoza - que está com a seleção argentina sub-20, mostraram um contra-ataque bastante letal e esta foi a principal arma na construção da ótima vitória por 4 a 0 que, praticamente, coloca o Globo no Grupo 1, junto a Mineros de Guayana, Cruzeiro e Universitario de Sucre.

Diante de um adversário inerte, sem a mínima capacidade de reação, os visitantes mostraram-se aplicados e um time a se observar com carinho. Com o volante Patricio Toranzo em grande noite, revelando precisão nos passes e um ótimo apoio ofensivo, o Huracán construiu sua vitória sem maiores dificuldades e ainda teve a oportunidade de ver que Romero Gamarra pode substituir bem Pity Martinez, que se transferiu para o Estudiantes.

Observação: essa partida guardou a cena mais marcante dessa semana inicial da Libertadores. Mesmo com portões fechado, o Globo contou com 70 torcedores seus apoiando o time no Peru e estes entraram no estádio usando credenciais de imprensa. Sensacional!

Monarcas Morelia 1 x 1 The Strongest: a decisão ficou para a altitude

Nas últimas cinco edições da Libertadores, foi apenas em uma que o México viu um de seus representantes passar pela fase eliminatória (2011, com o Jaguares). Em 2015, a situação já começou complicada com o Morelia, que caiu na mesma fase no ano passado, medindo forças com o Strongest e, na partida de ida, jogada em solo mexicano, a equipe apenas empatou em 1 a 1, guardando a decisão para a sempre complicada altitude boliviana.

Quem esperava o Monarcas convencendo como favorito, enganou-se de cara. Desde o início, os bolivianos dominaram as ações da partida e ditaram o ritmo do jogo. Com um gol marcado por Pablo Escobar (sim, aquele ex-Santo André), o Strongest foi capaz de aproveitar muito bem das inúmeras deficiências defensivas do adversário e merecia até sair com a vitória, porém, mesmo que tenha tomado um gol, os comandados de Néstor Craviotto, mantendo sua solidez, entram na partida a ser realizada na Bolívia como favoritos a garantir a classificação para o grupo de Emelec, Internacional e Universidad de Chile.

Deportivo Táchira 2 x 1 Cerro Porteño: os aurinegros vivem

Quem acompanhou o futebol venezuelano entre o fim de 2014 e o começo de 2015, provavelmente, não colocaria fé no Deportivo Táchira, mas é incrível como, depois de superar uma longa sequência negativa, os venezuelanos tornaram a encorpar. Contra o Cerro, os aurinegros demonstraram uma confiança singular, dominaram a maior parte do jogo e, jogando em casa, largaram na frente com um bom triunfo por 2 a 1.

Com Maestrico González doutrinando as ações do meio-campo do Táchira, os paraguaios ofereceram pouco perigo e acabaram achando o gol mesmo devido a extrema competência de Jonathan Fabbro na bola parada. Os anfitriões mostraram-se uma equipe bastante disciplinada taticamente, com boas alternativas no ataque, como o próprio González armando as jogadas ou, até mesmo, remates de longa distância, como o do ótimo Jorge Rogas, que marcou um golaço importantíssimo para a vitória de sua equipe.

Palestino 1 x 0 Nacional: arbitragem polêmica e Decano surpreendido



O Nacional é um dos clubes mais tradicionais da América do Sul, enquanto o Palestino conta com uma história singular. Dessa forma, o confronto no Chile guardava um carisma imprescindível e chamou a atenção de maneira diferenciada dos fãs do futebol sul-americano, uma pena que o árbitro Antonio Arias roubou a cena. Inseguro, o paraguaio expulsou Diego Polenta de maneira injusta e prejudicou o clube uruguaio, que foi derrotado por 1 a 0 e decidirá uma vaga na fase de grupos no Parque Central com portões fechados.

Vivendo uma ótima fase, o Decano teve um ótimo início e chegou a criar boas oportunidades, contudo, a expulsão de Polenta ainda no primeiro tempo alterou completamente a perspectiva do confronto. Tendo um jogador a mais, o Palestino passou a dominar a partida, pressionou, levou perigo à meta adversária e foi premiado com o gol já nos trechos finais da partida.

Observação: Nosso companheiro, Bruno Núñez, fez uma ótima matéria na Gazeta Esportiva ao conversar com o presidente do Palestino e contar um pouco da singular história do clube chileno. Vale muito a pena ler: http://www.gazetaesportiva.net/noticia/2015/02/campeonato-copa-libertadores/apoiado-por-abbas-e-banco-palestino-clube-chileno-vive-sonho.html

Independiente del Valle 1 x 0 Estudiantes: golaço decide jogo insosso


23h de uma quinta-feira, rolava a bola para Independiente del Valle x Estudiantes, o jogo de encerramento da primeira semana da tão querida Libertadores. No entanto, os fanáticos que decidiram ficar acordados e acompanhar as inexistentes emoções de tal partida transformaram-se em verdadeiros sobreviventes. Em um jogo duríssimo de se assistir, nenhuma das equipes criou boas oportunidades e, no fim das contas, um golaço marcado por Mauricio Pineida (vídeo acima) decidiu o jogo a favor dos equatorianos.

À 2500 metros de altitude, o Estudiantes reconhecia as dificuldades impostas pelo ambiente e, desde o início, preocupou em se resguardar, enquanto Independiente del Valle detinha a posse de bola e buscava sair para o jogo, mas esbarrava em suas próprias limitações. Na equipe equatoriana, o jovem Gabriel Cortez, de apenas 19 anos, destoava do nível de seus companheiros, só que também não vivia uma de suas melhores noites e, no fim, o clube que tentou pelo menos sair mais para o ataque acabou premiado com um gol decorrente de jogada individual.

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