quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Polêmica, apoio de Suárez e transferência concretizada: a conturbada semana de Jonathan Rodríguez

Foto: Luso Golo


Por: Felipe Ferreira (@felipepf)


Uma das grandes promessas do futebol uruguaio, o atacante Jonathan Rodríguez foi personagem das principais manchetes de todos os meios de comunicação desportivos do Uruguai durante o final da última semana e o início dessa. Em meio a intermináveis negociações relativa a sua transferência do Peñarol para o Benfica, o jogador de 21 anos foi alvo de declarações de má fé de um jornalista, o que gerou enorme polêmica dentro do meio futebolístico e movimentou, inclusive, jogadores de outros clubes.

Tudo começou, quando, na quarta-feira da semana passada (22), em declaração ao "El Observador, o experiente jornalista Jorge da Silveira despertou a ira no Peñarol e movimentou, até mesmo, a Federação Uruguaia de Futebol, isso porque Toto, apelido de Jorge, revelou um péssimo comportamento de Jonathan Rodríguez, levantando grandes polêmicas quanto a vida pessoal do atacante.

"Falam do Jonathan com total desconhecimento... Hoje são quatro milhões [valor em euros o qual se cogitava pagar no jogador], mas, dentro de seis meses, pode ser nada. O problema dele? As companhias, os hábitos. É um rapaz que bebe, que teve incidentes em controles anti-doping interno no Peñarol ao testar positivo", declarou Jorge.

E o jornalista ampliou ainda mais as declarações, colocando em xeque, até mesmo, o preparo psicológico de Rodríguez:

"Não tem a cabeça no lugar. Não teve a sorte de ter um local adequado para a sua formação, onde lhe dessem uma base sólida. Não tem culpa e, para mim, isso é um crime, pois trata-se de um jogador com um potencial enorme, fenomenal".

As palavras de Silveira colocaram o atacante em situação delicada. Prestes a selar sua transferência para o futebol português, Jonathan, que nunca deu sinais de tomar a conduta enunciada pelas declarações, viu as negociações com o Benfica emparrarem. O negócio, que já se arrastava por tempo considerável, não foi visto com bons olhos por dirigentes portugueses e muitas ressalvas foram feitas, chateando o próprio atleta que, segundo dirigentes do Peñarol, teria cogitado largar o futebol profissional caso o negócio não desse certo.

Diante de um panorama tão delicado, as polêmicas declarações movimentaram o futebol uruguaio como um todo. Os dirigentes carboneros emitiram uma nota de repúdio e cortaram relações com Jorge da Silveira. A Federação Uruguaia saiu em defesa de Jonathan Rodríguez e ressaltou o profissionalismo do jogador. Enquanto isso, jogadores do Nacional, maior rival do Peñarol, lamentaram as injúrias ditas pelo jornalista.



Até mesmo, Luis Suárez, ídolo máximo no Uruguai, fez questão de comentar o caso. Além de falar pessoalmente com Rodríguez, buscando motivá-lo, o atacante do Barcelona também fez duras críticas a Da Silveira:

"Esse jornalista sempre desejou o pior para os jogadores que não falaram com ele. Sempre critica os que não falam e tenta procurar coisas para prejudicá-los".

As negociações com o Benfica




Desde o início de janeiro, os jornais uruguaios e portugueses noticiam negociações entre Benfica e Peñarol por Jonathan Rodríguez. Entre propostas e contra-propostas, quando o acordo aparentava ser selado, as declarações de Jorge da Silveira ditaram um novo rumo para as negociações, já que os diretores portugueses, ressabiados quanto ao comportamento do jogador fora das quatro linhas, desejaram mudanças nos termos do negócio, atrapalhando as conversas com os Carboneros.

Após idas e vindas, aliadas a muita polêmica, o negócio, enfim, foi selado na noite de antes. Tendo cogitado comprar 100% dos direitos do atacante, os lusos acabaram adquirindo 40% do passe da promessa uruguaia, com uma cláusula de compra dos outros 60% após o período de empréstimo de dois anos.

Dono de um estilo semelhante ao Luis Suárez, Jonathan, que possui grande explosão e ótimo finalizador, já assinou contrato com seu novo clube e foi apresentado. Partindo convencer dentro de campo toda a confiança a qual lhe foi depositada, a primeira entrevista do ex-Peñarol foi contida e as polêmicas foram despistadas, porém, diante de tudo, chamou a atenção o agradecimento a Luisito:

"Ele [Luis Suárez] me deu muita força para continuar minha carreira e seguir em busca de crescer cada vez mais".

Na nova casa, Rodríguez seguirá tendo a companhia de Elbio Álvarez, outro ex-jogador aurinegro contratado pelo Benfica nessa palavra. Além do também uruguaio Maxi Pereira, peça fundamental na adaptação dos dois jovens, principal de Jonathan, na adaptação ao futebol europeu.

Curta a página do Sudaca FC no Facebook: http://facebook.com/fcsudaca
Siga-nos no Twitter: @fcsudaca

Há 10 anos, o maior argentino de todos os tempos estreava no futebol brasileiro

Volta, Carlitos, a gente te espera de braços abertos | Foto: Gazeta
Por: Guilherme Sacco (@guilhermesacco)

[Atenção! O ideal desse texto não é prezar pela imparcialidade]

29/01/2005. Dez anos atrás, a história do futebol brasileiro mudaria completamente. No estádio do Morumbi, o Corinthians jogava contra o Mogi Mirim em uma partida que poderia ser apenas mais uma rodada do Campeonato Paulista. Seria, não fosse pela estreia do maior argentino de todos os tempos com a camisa alvinegra: Carlitos Tévez, principal contratação da Era MSI, fazia sua primeira partida pelo Timão e começava uma trajetória que seria inesquecível para a Fiel Torcida.

Depois de passar em branco na estreia, vencida pelo Corinthians por 1 a 0, com gol de Coelho, Carlitos escolheu uma data especial para marcar pela primeira vez em gramados brasileiros: 5 de fevereiro, seu aniversário. Na vitória por 2 a 0 sobre a Inter de Limeira, no interior paulista, o camisa 10 recebeu de Dinelson, girou contra a marcação e estufou as redes. Começava, de fato, um ano glorioso para Tévez e o Timão.

Com atuações dignas de deixar um tal de Diego Armando Maradona com inveja, o argentino carregou um time que tinha Fábio Costa, Coelho, Betão, Marinho, Gustavo Nery, Marcelo Mattos, Rosinei, Jô e outros craques ao primeiro lugar do Campeonato Brasileiro de 2005. Com 20 gols marcados naquela edição, Carlitos alcançou um feito que só Neto, em 1990, tinha conquistado: ganhar um Brasileirão sozinho. Um milagre tão grande que nem o Papa Francisco conseguiu superar até hoje.



Como não lembrar daquele gol ANTOLÓGICO diante do time verde no Morumbi, fazendo com que ninguém menos que o Gamarra parecesse um zagueiro de time de várzea? Ou então da maior atuação de um jogador na história do Campeonato Brasileiro naquele eterno 7 a 1 sobre o Santos? E quando o Márcio Braga disse que "não sabia quem era o Tévez" e você se apresentou destroçando o Flamengo? Como não lembrar do melhor campeonato já feito por um jogador na história do futebol sul-americano? Além das atuações memoráveis, o que mais conquistou a Fiel foi o suor deixado em campo, a paixão demonstrada toda vez que vestia a camisa alvinegra.

Entretanto, veio 2006 e tudo mudou. A eliminação nas oitavas de final da Copa Libertadores para o River Plate fez a torcida se revoltar com o time e a responsabilidade caiu nas costas da principal estrela. Descontente com a postura da Fiel, Tévez se rebelou e comemorou um gol diante do Fortaleza levando as mãos a orelha, o que fez com que alguns torcedores chutassem seu carro na saída do Morumbi. Em 31 de agosto, deixou o Corinthians rumo ao West Ham, aonde começou a encantar no futebol europeu e se consolidou como um dos maiores jogadores do futebol mundial.

Nesses dez anos da sua estreia pelo Corinthians, a Fiel Torcida tem apenas um pedido: volta, Carlitos. Volta e reconstrói essa história que não pode terminar desse jeito. Você merece muito mais de nós e a gente de você. 


Curta a página do Sudaca FC no Facebook: https://www.facebook.com/fcsudaca
Siga-nos no Twitter: @fcsudaca

Vitória que poderia ser goleada. O Boca Juniors está na fase de grupo da Copa Libertadores!



Por Marcello Neves (@marcelloneves_)

Vélez Sarsfield e Boca Juniors terminaram o Campeonato Argentino empatados com o mesmo número de pontos. Com maior saldo de gols, a equipe de Liniers recorreu pela vaga direta, mas a AFA confirmou que seria realizado uma partida de desempate, valendo a vaga direta na fase de grupo da Copa Libertadores da América 2015. Justo ou não, o confronto estava marcado, e a primeira decisão do futebol argentino no ano se encaminhava.
Sabendo de todos os detalhes que cercavam a partida, a torcida do Boca Juniors mostrou o porquê de ser a maior da Argentina e encheu todos os setores a que foi destinada. Os números impressionavam, pois enquanto os Xeneizes eram maioria absoluta, o lado em que a hincha do Vélez Sarsfield encontrava-se sequer estava lotada.

Sem Lucas Pratto, negociado recentemente com o Atlético Mineiro, o Vélez enfrentava um rival em ascensão e sem o seu principal jogador da última temporada. O reflexo foi imediato. Engolido no primeiro tempo e sem a menor referência ofensiva, a única chance criada pela equipe veio dos pés de Yamil Asad, que acertou a trave esquerda defendida por Orión.

Por outro lado, o Boca Juniors dominava as ações e mostrou ser merecedor da vitória desde o apito inicial. Riquelme, eterno camisa 10 Xeneize, que marcou presença em Mar Del Plata e foi saudado pelos torcedores, viu da arquibancada o jovem Nicolás Colazo, atual detentor da sagrada numeração, marcar um golaço digno dos aplausos de Sr. Román. Chute seco, no ângulo, sem chances para Sosa.

Mudança de lados na segunda etapa, mas padrões repetidos. Sem criatividade, o Vélez pouco mantinha a bola em seus pés. Por outro lado, Boca Juniors engolia seu rival, desperdiçando gol atrás de gol e arrancando gritos de ‘olé’ da torcida com pouco mais de 20 minutos . Marín, em duas oportunidades, Burdisso e Calleri poderiam ter transformado o confronto em goleada.

O velho ditado do ‘quem não faz, leva’ não se fez presente na noite de hoje. Nos minutos finais, a expulsão de Grillo foi a última emoção presente em uma partida onde o resultado ficou barato para o Vélez Sarsfield. Classificado diretamente para a fase de grupo da Libertadores, o Boca Juniors aguardou tranquilamente o apito final para festejar.


Senhoras e senhores: tremei-vos. O Boca Juniors está de volta à Libertadores! E Riquelme, da arquibancada, torce para que cenas como esta voltem a se repetir.


Curta a página do Sudaca FC no Facebook: http://facebook.com/fcsudaca
Siga-nos no Twitter: @fcsudaca

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Diário de Bordo: uma noite futebolística no Peru




Por: Felipe Simonetti (@felipesimonetti)
Em Lima, Peru

100 soles (cerca de 90 reais) parecia muito pelo risco de ir a um mero amistoso do Alianza Lima e esbarrar com uma barra brava. Bom, de fato, o encontro com os loucos torcedores foi inevitável, mas o preço garantiu não só um bom lugar com boa visão para o campo, mas uma experiência futebolística que só me deu a certeza do que é o verdadeiro futebol.

Há um certo tempo eu acreditava que aplausos, uniformes limpinhos e gols cheios de efeitos não faziam mais parte do conceito de futebol ideal. Hoje pude ter certeza disso. É claro que o bom futebol conta muito para a nota final, mas o espetáculo, a emoção e a vivacidade são essenciais para apreciar o esporte bretão em sua mais pura essência. O melhor: isso não está muito distante de nós. Esse clima é padrão nas arenas sudacas e no Estádio Matute (Lima-PER) senti isso na pele.


Ingressos comprados e lá estamos de volta, eu e minha mãe, ao mais humilde e perigoso bairro de Lima. Milhares de pessoas cobriam as ruas próximas ao estádio da capital peruana com suas camisas listradas de branco e azul, afinal, ali só havia espaço para Alianza Lima cujo elenco seria apresentado na tradicional Noche Blanquiazul com direito a oração, #JuroPorDiosYPorAlianza e um amistoso diante do modestíssimo Fênix (URU).

Dentre muitas daquelas bondosas almas que me ajudaram a chegar ao setor Occidental infelizmente estavam também os barras, que em um choque com a polícia me fizeram passar por uma mistura de medo e arrependimento de ter arrastado minha mãe para aquelas confins da viagem de verão. Voltando, contudo, as boas pessoas lá estava Julio e su hermana Milagros que também com medo se uniram a nós para nos acomodarmos nas cadeiras do caldeirão.

Entre filas com centenas de pessoas e uma atmosfera futebolística o tema “futebol brasileiro” não poderia não aparecer na conversa e veio da forma mais natural possível. Aprendendo sobre a história do Alianza, Julio toca em nome que apaixona não só os corintianos, mas descobri que também os peruanos: Paolo Guerrero. Idolatrado por aqui, Paolo se tornou quem foi pela humildade e juízo que o fizeram não se aproximar do álcool (destino comum entre os atletas peruanos). Bom, ao menos foi assim que meu novo amigo cujo pai conhece famosas personalidades devido à política me explicou a paixão pelo 9.

Além disso, o papo tocou em tudo: desde a formula do Peruanão à Farfán e Pizarro, passando, é claro, pela pré-Libertadores, na qual o Alianza enfrentará o Huracán.



Foi tanta conversa que o tempo rapidamente passou e lá estava eu dentro do estádio da forma mais latina possível: corrida atrás dos jogadores que entraram ao meu lado quando menos esperava, admiração com as músicas, sinalizadores e bandeiras que faziam daquela atmosfera, o clima perfeito pra que o verdadeiro futebol acontecesse.

E assim, mais uma vez naturalmente, me envolvi. Vibrei com o anuncio de cada jogador no telão enquanto apresentavam o elenco para nova temporada e minutos depois gritava junto de meus amigos del estadio: “Corazón Alianza Lima/ Corazón para ganhar/ a la victoria volveremos/ para verte campeonar” "Cabrón decime que se siente/ ser la venguenza nacional (...)".

Admito que o que os jogadores fizeram em campo não foi nada demais. Chutes para cá, caneladas para lá, três expulsões (como não poderia faltar em uma bela espécime de “amistoso” sudaca) e um 1 a 0 fraco. Tratando-se da qualidade do futebol é claro, porque todo o espetáculo que fez o estádio praticamente queimar com gritos e sinalizadores me entreteriam de forma única por mais de 3 horas, tudo sem nem ao menos perceber.


Bom, em um piscar de olhos sumiram mis canchas e mi gaseosa e estou de volta ao hotel (de carona com a gentil família de Julio) escrevendo esta memória que definitivamente não sairá da minha cabeça. Afinal, não foi apenas mais um jogo, mas foi o jogo que me mostrou o que é futebol de verdade.

Curta a página do Sudaca FC no Facebook: http://facebook.com/fcsudaca
Siga-nos no Twitter: @fcsudaca 

Santa Fe reverte vantagem do Atlético Nacional e é campeão da Superliga colombiana

Foto: Futbol Red



Por: Felipe Ferreira (@felipepf)


O futebol sul-americano conheceu seu primeiro campeão em torneios oficiais do ano de 2015. Depois de perder a partida de ida por 2 a 1 para o Atlético Nacional, o Independiente Santa Fe recebeu os Verdolagas para o jogo de volta da Superliga colombiana e, de maneira esplendorosa, venceu por 2 a 0, ficando com a taça do torneio que reúne o campeão do Apertura e o campeão do Finalización.

Membro do grupo do Atlético-MG na Libertadores, o Santa Fe, atual campeão do Torneo Finalización, impôs muito bem seu ritmo de jogo. Com um padrão tático muito bem definido pelo argentino Gustavo Costas, a equipe não decepcionou frente a sua torcida, contando com uma ótima atuação, alcançou a vitória e pouco mais de um mês depois de vencer a liga nacional, já vem a erguer um novo troféu.

Embora, dentro de um contexto geral, a atuação dos Cardenales tenha sido bom, o início apático do time assustou os torcedores presentes em El Campín. Com maior posse de bola e saindo para o ataque, mesmo com a vantagem no placar agregado, o Atlético Nacional chegou a levar perigo a meta defendida por Róbinson Zapata. No entanto, pouco a pouco, os anfitriões foram se encontrando, trocando passes com maior qualidade, passaram assumir as rédeas da decisão e o gol saiu aos 34 minutos, oriundo da bola parada, uma das grandes virtudes deste Santa Fe: extremamente eficaz nas cobranças, Omar Pérez lançou a bola na área e, aproveitando o rebote depois de uma cabeçada sua, Yerry Mina abria o placar.

Mesmo cometendo muitas faltas, os Albirojos contavam com a sorte dado que o Nacional, dificilmente, aproveitava tais oportunidades. Dessa forma, os comandados de Costas, fortalecidos na defesa, foram ganhando terreno e mesmo que o treinador adversário, Juan Carlos Osorio, tenha realizado as suas substituições, o destino da partida se desdenhava a favor do Independiente Santa Fe e não tardou para que saísse o gol do título.

Aos 14 minutos do segundo tempo, o goleiro Armani falhou de maneira bisonha ao tentar sair de soco e a bola sobrou para Luis Páez, de cabeça, empurrar para dentro do gol. Dando a vantagem ao Expresso Rojo no placar agregado.

O restante do jogo seguiu uma tônica única. Necessitando a qualquer custo de um gol, para manter vivas suas chances de título, o Atlético Nacional saiu com tudo para o ataque, porém, sem poder mais contar com o futebol de Cardona e Mejía (ambos deixaram o clube na última janela de transferências), a criatividade e a agilidade não era mais a mesma. Trabalho mais fácil para a ótima defesa do Santa Fe, que assegurou a vantagem, dando ao time, além do título, uma vaga na edição deste ano da Copa Sul-Americana.

Curta a página do Sudaca FC no Facebook: http://facebook.com/fcsudaca
Siga-nos no Twitter: @fcsudaca

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Após duas rodadas, Bolívar lidera o Clausura com 100% de aproveitamento

Foto: deportetotal - Equino comemorando o gol da vitória

Por: Gustavo Ribeiro (@Gustavora17)

No Hernando Siles, em La Paz, o Bolívar recebeu o Oriente Petrolero pela segunda rodada do Clausura. Era o jogo dos atuais campeão e vice do país, que no segundo semestre de 2014 brigaram até a última rodada do Apertura pelo título. Mas na tarde do último domingo, ambos entravam em campo com algumas mudanças, mas com o mesmo favoritismo da última temporada.

A partida marca a reestreia de Eduardo Villegas no comando técnico do Oriente Petrolero e o retorno de Carlos Tenorio ao Bolívar. A partida já começou tensa para os donos da casa, que com 25' minutos de jogo já estava fazendo sua segunda alteração por causa de lesão. Los Refineros, aproveitando esses contratempos, aproveitaram para iniciar pressionando, mas sem criar grandes oportunidades, viu o primeiro tempo terminar em 0x0, 

Na volta para a segunda etapa, com o time mais organizado num 4-4-2, o Bolívar abriu o placar aos 4' minutos com Juanmi Callejón, após passe de Tenorio, entrar sozinho na área, chutar cruzado e fazer o 1x0. Foi o primeiro gol do espanhol em 2015, que no ano anterior foi o artilheiro na conquista do Apertura com 15 tentos anotados. 

Precisando correr atrás do placar e percebendo que o goleiro adversário não passava confiança, os jogadores do Oriente Petrolero começaram a arriscar, até que aos 67' minutos de jogo, após cobrança de falta do brasileiro Thiago dos Santos, o goleiro Quiñonez espalma fraco e Ortiz aproveita o rebote para empatar a partida. 

Tudo se encaminhava para mais um empate na rodada até que, aos 92' minutos, Arce cruza para a pequena área e Ronald Equino, de maneira consciente, cabeceia para o fundo do gol, dando uma grande vitória aos comandados de Xabier Azkargota. Com a vitória, o Bolívar lidera o Clausura com seis pontos, sendo o único time com 100% de aproveitamento. 

A vitória também fez o Bolívar chegar a nove jogos sem saber o que é perder (oito vitórias e um empate). A última derrota foi em novembro do ano passado, quando caiu justamente para o Oriente Petrolero por 1x0. A última vez que o clube ficou tantos jogos sem perder foi em 2013, quando conseguiu ficar 10 jogos sem derrotas (nove vitórias e um empate), incluindo uma vitória por 4x3 sobre o São Paulo pela Libertadores daquele ano. 

Veja os melhores momentos da partida:



OUTROS JOGOS: 

Na rodada, também podemos destacar a vitória do The Strongest por 2x1 sobre o Sport Boys, que tenta não deixar o Bolívar disparar na liderança. O Universitário de Sucre, um dos representantes boliviano na Libertadores, venceu o Real Potosí por 1x0 e conseguiu seus primeiros três pontos na competição. 

Mas o grande jogo da rodada ficou por conta de Nacional e San José. A partida marcava o reencontro de Marcos Ferrufino com sua ex-equipe. Ferrufino teve grande passagem por Oruro, mas sua saída foi bem conturbada. Mas dentro de campo, o que vimos foi uma partida com vários lances de perigo e, principalmente vários gols. 

O primeiro tempo terminou com o San José vencendo por 2x0, com gols de Bustamente e Cuellar. Mas na volta para a segunda etapa, os donos da casa chegaram ao empate com Nicolas Bubas e Isaias Dury. O gol da vitória só veio aos 36' minutos, com Abdon Reyes acertando um belo chute da entrada da área. .

Nos outros dois jogos, Jorge Wilstreman e Petroelro empataram em 0x0 e Blooming e Universitário de Pando ficaram no 1x1.


Curta a página do Sudaca FC no Facebook: http://facebook.com/fcsudaca
Siga-nos no Twitter: @fcsudaca

Caracas vence Metropolitanos e é o único 100% no Clausura venezuelano

Foto: RNV



Por: Felipe Ferreira (@felipepf)

Passada a terceira rodada do Clausura venezuelano, resta apenas uma equipe com 100% de aproveitamento: o Caracas. Nesse fim de semana, os Rojos de Ávila visitaram o Metropolitanos e, mesmo dominando a maior parte da partida, acabaram vencendo apenas por 1 a 0, acumulando uma sequência de três vitórias consecutivas e assegurando ao técnico Eduardo Saragó seu melhor início junto a equipe desde quando a assumiu em 2013.

Com o atacante argentino Fabián Bordagaray, que conta com passagens por River Plate, San Lorenzo e estava no futebol grego, fazendo sua estreia entre os titulares, o Caracas mostrava-se empolgado, não a toa, desde o princípio, partiu para o ataque, já ditando o ritmo da partida. Mesmo impondo grande pressão  e criando um grande número de oportunidades, o gol saiu apenas na metade do segundo tempo, quando o Rómulo Otero, um dos gratos destaques do Rojo, aproveitou-se de cobrança de escanteio para assegurar a vitória.

Tendo sofrido com uma defesa bem postada e uma ótima atuação do goleiro do Metropolitanos, Javier Toyo, os comandados de Eduardo Saragó encontraram a vitória da mesma forma que contra o Trujillanos, na semana passada: por meio da bola parada. Revelando-se uma equipe bastante sólida, o Caracas mostra-se tão sólido quanto no Apertura, quando terminou em 3º lugar, sendo forte candidato ao título.

Táchira vence Portuguesa e segue na liderança

Após passar por momentos conturbados entre 2014 e 2015, o Deportivo Táchira, que encarará o Cerro Porteño na fase eliminatória da Libertadores, recuperou-se e venceu mais uma no Clausura. Jogando como visitante, a equipe venceu a Portuguesa por 3 a 1, chegou a 9 pontos e, tendo feito um jogo a mais, garantiu a liderança da competição por ter melhor saldo de gols que o Caracas.

Dos três gols dos aurinegros, dois saíram de bola parada. Primeiro, "Maestrico" González confirmou sua boa fase individual e, de falta, abriu o placar, enquanto Jorge Rojas, de pênalti, ampliou a vantagem. Pablo Olivera aproveitou de bobagem do goleiro para marcar mais um para os aurinegros, que ainda tomariam um gol, mas nada que consolidasse uma ameaça a vitória.

Já acumulando uma longa sequência de jogos sem vencer, a Portuguesa atravessa momento extremamente delicado, não a toa, bem como o Carabobo, não conquistou um ponto sequer no Clausura.

Anzoátegui fica no empate sem gols com Petare


Ostentando 100% de aproveitamento até o início da terceira rodada, o Deportivo Anzoátegui era favorito contra o Deportivo Petare, que ficara no empate em seus dois primeiros jogos, contudo, na prática, não foi capaz de fazer jus a essa condição ao ter pela frente um forte ferrolho defensivo armado pelo seu adversário, acabando por ficar no empate em 0 a 0.

Não podendo contar com a dupla panamenha Rolando Escobar e Edwin Aguilar, principais nomes do time, que se encontravam doentes, o Anzoátegui não mostrou a mesma criatividade dos últimos jogos e, tendo pela frente um Petare completamente fechado na defesa, os Aurirojos sofreram para criar chances concretas. Mesmo levando perigo a meta dos donos da casa em algumas oportunidades, não houve muito o que fazer e o zero permaneceu no placar durante os 90 minutos.

Mesmo sem o 100% de aproveitamento, o ainda invicto Deportivo Anzoátegui foi a 7 pontos e, em terceiro lugar, mantém a caça aos líderes. Já o Deportivo Petare mantém-se sem derrota, no entanto, com o terceiro empate consecutivo, começa a sentir o fantasma do rebaixamento rondando por perto.

Resultados da terceira rodada do Clausura venezuelano:

Metropolitanos 0 x 1 Caracas
Llaneros de Guanare 2 x 0 Zulia
Portuguesa 1 x 3 Deportivo Táchira
Carabobo 0 x 1 Deportivo Lara
Atlético Venezuela 3 x 0 Tucanes
Deportivo Petare 0 x 0 Deportivo Anzoátegui
Mineros de Guayana 1 x 2 Aragua
Trujillanos 0 x 1 Zamora
Estudiantes de Mérida 2 x 1 Deportivo La Guaira

Fonte: O Gol
Curta a página do Sudaca FC no Facebook: http://facebook.com/fcsudaca
Siga-nos no Twitter: @fcsudaca

domingo, 25 de janeiro de 2015

"Riquelme es de Boca y de Boca no se va"


Por Marcello Neves (@marcelloneves_)

O canto da torcida do Boca Juniors mantém seu efeito simbólico mesmo o dia 25/01/2015, onde Juan Román Riquelme anunciou publicamente sua aposentadoria. Eterno camisa 10 Xeneize, se despede com 670 jogos realizados, 173 gols, 282 assistências, 17 títulos e status de lenda.

Senhor Libertadores, apelidado assim pelos muitos que o idolatravam, encerra seu ciclo com três títulos da maior competição da América (2000, 2001 e 2007), com um Mundial de Clubes (2000) e uma Recopa Sul-Americana (2008). Em sua terra natal, levantou o caneco em seis oportunidades (1998, 1999, 2000, 2001, 2008 e 2011).

A “Era Román” teve início em novembro de 1996, onde um garoto de apenas 17 anos debutava entre os profissionais e não tinha ideia do que o futuro lhe reservava. O Boca Juniors venceria o Unión de Santa Fe pelo placar de 2 a 0 e a Bombonera, em uníssono, cantava seu nome a quem quisesse ouvir. Cena que se repetiria por tantas vezes durante sua carreira.

Desde então, Riquelme passou a fazer história. Ou melhor, a história passou a ter Riquelme em sua galeria. Figura importante neste início, Carlos Bianchi, treinador contratado em 1998, foi o responsável pelo seu crescimento como atleta, intitulando-o como o cérebro de um dos maiores Boca Juniors já vistos e lhe dando a camisa 10, ato conquistado por poucos.

Em 2000, durante o Superclássico mais importante já disputado, válido pelas quartas-de-final da Copa Libertadores, protagonizou o famoso “Caño a Yepes”, drible que marcaria sua carreira e seria lembrado até os dias atuais. O River Plate não foi páreo para seu maior rival e o título veio em consequência. Nos pênaltis, contra o Palmeiras, chegou ao topo da América pela primeira vez. Feito que se repetiria no ano seguinte.

Enquanto sua coleção de títulos aumentava, as desavenças com membros da comissão técnica surgiam e sua forte personalidade não deixava por menos. A tradicional comemoração com as mãos nos ouvidos foi decorrência disso. Aos românticos, é interpretada como quem quisesse ouvir os gritos da torcida, mas foi originalmente destinada a Maurício Mitre, presidente do clube em 2001, figura que nutria desafetos públicos junto ao jogador.

Sua saída para a Europa não manchou sua imagem e seu retorno à América foi triunfal. Após ser o camisa 10 pela Argentina na Copa do Mundo em 2006, retornou ao Boca Juniors por empréstimo no ano seguinte e precisou de pouco tempo para disputar sua terceira final de Libertadores. Três finais, três títulos. Contratado em definitivo em 2008, caiu diante do Fluminense na semifinal. Em 2012, carregou praticamente sozinho um limitado elenco para outra final sul-americana, mas terminou com o vice-campeonato, derrotado pelo Corinthians.

Rei. Simplesmente. Segundo a Fifa, o jogador com maior número de assistências na história do futebol e candidato a Bola de Ouro de 2005 à 2008. Meio campista com mais gols na história da Libertadores e presente na seleção de todos os tempos da competição. Jogador que mais vezes atuou na Bombonera e maior ídolo da história do Boca Juniors, o maior clube da América do Sul.

Se os argentinos consideram Diego Maradona como o melhor jogador da história, a torcida Xeneize coloca Riquelme no mesmo patamar. Ambos são ídolos absolutos do clube, mas a camisa 10 nunca se sentiu tão a vontade como quando detinha o nome ‘Román’ em suas costas.

Obrigado por tudo, Riquelme. Foi uma honra de te ver jogar.

Curta a página do Sudaca FC no Facebook: http://facebook.com/fcsudaca
Siga-nos no Twitter:@fcsudaca

Nacional cai para o Sport e perde invencibilidade na pré-temporada

Foto: Marlon Costa/FPF


Por: Felipe Ferreira (@felipepf)

Em um amistoso dotado de enorme singularidade, o Nacional do Uruguai veio ao Recife medir forças com o Sport, na Arena Pernambuco, em partida que premiaria o vencedor com a Taça Ariano Suassuna. Diante de tantas peculiaridades e carisma, os uruguaios, que não haviam ainda sido derrotados nessa pré-temporada, sofreram com um apagão nos primeiros 15 minutos, o que acabou lhe custando uma derrota. Assim, no fim das contas, o Leão pernambucano venceu por 2 a 1.

Depois de ótimas atuações ao longo da pré-temporada, o Decano entrou em campo surpreendendo a todos de maneira negativa. Completamente desatento, os uruguaios foram presa fáceis para os donos da casa que, em 15 minutos, marcaram dois gols, já encaminhando a vitória. No entanto, depois de broncas de Álvaro Gutiérrez, o tricolor uruguaio foi, aos poucos, reencontrando-se na partida.

Com uma defesa bastante desprotegida dada a falta de proteção dos volantes (Gonzalo Porras e Diego Arismendi), a equipe ainda sofria com uma completa falta de criatividade dos jogadores da linha de frente. Ivan Alonso destoava do restante de seus companheiros e criava algumas boas oportunidades, chamando a responsabilidade, denotando que, dificilmente, deverá sair do time titular.

Aos poucos, o atual campeão do Apertura foi se encontrando no jogo, viu Durval marcar um gol contra e até mereceriam um empate. Em um segundo tempo repleto de jogadas ríspidas, Alonso, que foi o principal nome do confronto, acabou expulso, e, depois disso, o Nacional pouco ameaçou, o jogo veio a ser um tanto quanto inerte, encerrando-se mesmo em 2 a 1 a favor dos brasileiros.

Apesar da derrota e de alguns péssimos momentos no jogo, Álvaro Gutiérrez que estava satisfeito com a partida, em função da recuperação do Nacional depois de um início péssimo e, acima de tudo, pelo intenso ritmo do jogo, residindo nesse aspecto, o principal trunfo para o tricolor uruguaio, isso porque o interesse da comissão técnica com a partida do último sábado (24) era dar um ritmo diferenciado a seus atletas, jogando em um campo diferente com a presença de torcedores adversários, tudo visando uma adaptação ao "clima da Libertadores".

Preparando-se para o confronto contra o Palestino pela fase eliminatória da Libertadores, Gutiérrez também teve a oportunidade de fazer alguns testes importantes tendo em mente a partida do dia 5 de fevereiro. O experiente enganche Nacho González foi titular pela primeira vez na pré-temporada, enquanto o jovem Gonzalo Bueno, depois de ter se lesionado gravemente, vai recuperando a forma física. se reabituando ao Nacional, após uma desagradável experiência na Rússia.

Dúvidas? Muitas ainda persistem na mente do treinador uruguaio. Diego Polenta, defensor recém-contratado junto ao Genoa, deverá ser titular, todavia, não se sabe no lugar de quem. Enquanto isso, Recoba, que não veio ao Brasil, não está garantido como enganche titular dada a concorrência de González, já, no ataque, Ivan Alonso não tem noção de quem será seu companheiro.

Assim, entre algumas indecisões e aproveitando-se do bom momento, o Nacional, antes do Palestino, ainda enfrentará o Quilmes, na Argentina, na próxima quarta-feira, em data reservada, antes, para um amistoso contra o Rosario Central, porém o mesmo acabou cancelado.


Curta a página do Sudaca FC no Facebook: http://facebook.com/fcsudaca
Siga-nos no Twitter:@fcsudaca

Lei do ex é aplicada, Atlético Nacional bate Santa Fe e larga na frente na Superliga colombiana

Foto: EFE


Por: Felipe Ferreira (@felipepf)

A Superliga é um torneio que marca a abertura de um novo ano no futebol colombiano. Colocando o campeão do Torneo Apertura frente o campeão da Torneo Finalización, a competição disputada apenas em um jogo ida e volta dá uma vaga na Copa Sul-Americana ao vencedor. Na noite do último sábado (24), a disputa do ano de 2015 se iniciou com o confronto entre o Atlético Nacional, campeão do Apertura, recebeu o Independiente Santa Fe, campeão do Finalización, e o Nacional contou com um gol do ex-Santa Fe, Jonathan Copete, para largar na frente da decisão com um triunfo por 2 a 1.

Desde o início, os Verdolagas trataram de demonstrar enorme ímpeto ofensivo. Jogando para frente, mesmo diante de um adversário muito bem postado e organizado, as melhores chances do início de jogo foram todas dos donos da casa, que não tardaram a abrir o placar. Aos 13 minutos, Jonathan Copete, que havia sido peça-chave do Santa Fe na conquista do Apertura de 2012, aproveitou-se de uma bobeada do jovem Dairon Mosquera para abrir o placar no Atanasio Giradort.

Em desvantagem no placar, os Cardenales enxergaram a necessidade em sair mais para o jogo a fim de minimizar o prejuízo. Depois de criar uma série de oportunidades, os comandados de Gustavo Costas contaram com uma bobeada da defesa do Atlético Nacional, dando-lhes condições para Luis Páez ganhar a bola e tocar para Wilson Morelo empatar o jogo ainda na etapa inicial, aos 43 minutos.

No segundo tempo, o Nacional adotou postura semelhante a adotada no início da partida e logo foram recompensado. Impondo grande pressão, depois de uma mão na bola, a equipe de Juan Carlos Osorio teve pênalti a seu favor e Luis Carlos Ruiz cobrou no centro do gol, colocando os anfitriões novamente em vantagem quando o relógio apontava 10 minutos da etapa final.

Procurando um último suspiro para, ao menos deixar Medelín com um empate, o Santa Fe saiu desesperadamente para o ataque. Criando chances atrás de chances, a equipe da capital colombiana esbarrava em Franco Armani, mas, mesmo com isso e com a expulsão de um atleta seu aos 33 minutos, os visitantes buscaram empatar a partida até o minuto, contudo, o esforço foi em vão. No fim das contas: Atlético Nacional 2 a 1.

Agora, no meio de semana, Nacional e Santa Fe voltam a se enfrentar na partida de volta da Superliga colombiana, porém, dessa vez, em Bogotá, casa do Independiente Santa Fe.

Curta a página do Sudaca FC no Facebook: http://facebook.com/fcsudaca
Siga-nos no Twitter:@fcsudaca

sábado, 24 de janeiro de 2015

O povo do Racing já tem vinho, objetivo agora é a Copa

Campeão da Libertadores em 1967, o Racing está de volta ao maior torneio da América do Sul (Foto: Pasión Tricolor)

Por: Jhon Tedeschi (@jhontedeschi)

A Libertadores da América 2015 será uma das edições com o maior número de campeões dos últimos tempos. Estarão presentes nada menos do que 14 dos 25 vencedores do torneio mais importante do nosso continente neste ano. Desta relação de grandes clubes, 5 deles conquistaram seu primeiro título nos últimos 10 anos – a saber: Once Caldas, Internacional, Atlético-MG, Corinthians e San Lorenzo, o atual campeão. Os demais libertadores são presenças constantes na competição, à exceção de um deles, o primeiro de todos os 14 campeões. Estamos falando do Racing Club de Avellaneda.

O primeiro dos cinco grandes clubes argentinos a conquistar o mundo, no distante ano de 1967, retorna à competição após 12 anos de ausência. La Academia alcançou sua vaga na Libertadores graças à conquista do Torneo de Transición (ou Campeonato de Primera División), no segundo semestre de 2014, último (até o presente momento) dos torneios curtos da história do futebol argentino. O título chegou ao Cilindro de Avellaneda após 13 longas temporadas de espera, período no qual o clube albiceleste conviveu com a ameaça constante do descenso, com a sombra da gestora Blanquiceleste S.A., e com algumas bolas na trave.

Todos reconhecem La Academia como uma grande grife do futebol argentino, com uma torcida apaixonada além dos limites da normalidade. No entanto, não podemos dizer que o Racing seja um multicampeão, muito pelo contrário. Entre 1966 e 2014, foram apenas 3 títulos nacionais, os títulos da América e do Mundo, além de uma esquecida e extinta Supercopa dos Campeões da Libertadores – além de duas temporadas na Primera B, em 1984 e 1985. Mesmo assim o povo racinguista nunca abandonou o clube. Seguiu lotando o velho Presidente Perón, oferecendo grandes espetáculos, dignos do clube com a quarta maior torcida da Argentina.

Como a história do Racing em relação aos títulos não é de grande riqueza, subentende-se que a relação do clube com a Libertadores não seja tão íntima. O que é uma verdade. Esta será apenas a 7ª participação de La Academia na Copa, torneio que sua torcida já viu o arquirrival Independiente vencer, ironicamente, em 7 oportunidades. À exceção do heróico título na Libertadores mais longa da história, em 1967, as demais aparições foram de pouquíssimo destaque – se salvando, talvez, a campanha de 1997, quando, após fase de grupos fraquíssima, o Racing derrubou os gigantes River Plate e Peñarol na sequência, ambos nos pênaltis, para cair nas semifinais diante dos peruanos do Sporting Cristal.

A última participação, como dissemos anteriormente, foi a distantes 12 anos, na edição 2003 – se classificando como campeão do Apertura 2001. O Racing fez uma campanha interessante, sem perder uma partida sequer, mas caiu nas oitavas-de-final, diante do América de Cali, na decisão por pênaltis. 

Naquele ano, fora os brasileiros Corinthians, Santos e Paysandu (!), o Racing fez a melhor campanha na fase de grupos, o que não adiantou de nada. O principal jogador naquela campanha foi o experiente atacante Luis Rueda, que atuou apenas nas 8 partidas de La Academia no torneio, marcando 5 gols.

Outro personagem da equipe naquele torneio foi o centroavante Diego Milito, ídolo histórico e principal pilar da equipe campeã nacional em 2014. Não necessariamente um destaque no aspecto técnico, pois El Principe marcou apenas dois gols naquela Libertadores, mas a lembrança principal fica por ter sido dele o último gol do Racing em uma Copa – no jogo de ida das oitavas-de-final, no empate em 1-1 contra o América de Cali (o jogo de volta terminou em 0 a 0 e os colombianos venceram nos pênaltis).

(Nota do editor: Não foi possível colar o HTML do player de maneira devida no corpo do texto, mas segue o link com o vídeo do gol de Diego Milito contra o América de Cali na Libertadores de 2003: http://www.ole.com.ar/racing/americadecali-milito-racing-libertadores2003_3_1267703225.html)

Depois disto, Milito se consagrou como um dos melhores atacantes do mundo, mesmo jogando em equipes de menor porte na Europa, como Genoa e Zaragoza, além de ter uma passagem brilhante pela Internazionale – onde manteve uma média impressionante de um gol a cada dois jogos. A volta, em grande estilo, foi disputando 17 dos 19 jogos no Torneo de Transición, liderando a equipe e marcando 6 gols. O craque de 35 anos é a maior esperança da hinchada académica para esta Libertadores.

Muito além de Milito, pois um time que ambiciona um título como a Libertadores não pode depender apenas de um homem só, o Racing conseguiu manter a base campeã em 2014. A única perda significativa foi do atacante Gabriel Hauche, que foi negociado com o Tijuana, do México. Para o seu lugar foi contratado o promissor Brian Fernández, de apenas 20 anos, vindo do Defensa y Justicia, jogador de características semelhantes às do Demonio Hauche, veloz e agressivo. As saídas de Diego Villar e Wason Rentería (sim, aquele) foram muito mais para aliviar a folha salarial, pois eram jogadores subaproveitados pelo técnico Diego Cocca.

Se formos analisar o time no papel, as esperanças são tímidas, pois o Racing é um time sem grandes nomes – os únicos são, além do ídolo Milito, o goleiro Sebastián Saja, ex-Grêmio, e o meia-atacante Ricardo Centurión, autor do gol do título do Transición. No mais, é um time extremamente bem armado, com sistema de jogo bem definido, sendo uma equipe compactada, veloz e que se defende de forma brilhante. 

Essas características são muito importantes para um postulante à Libertadores da América – não podemos esquecer que foi dessa forma que o San Lorenzo surpreendeu o continente no ano passado. Claro, o Racing também terá ao seu lado uma torcida apaixonada, sedenta por voltar a ver seu clube conquistar a América, após 48 anos na fila. A sede de vinho já foi satisfeita, agora La Academia quer levar a orelhuda para brindar. 

“Muchachos, traigan viño, juega La Acadé...”


Curta a página do Sudaca FC no Facebook: http://facebook.com/fcsudaca
Siga-nos no Twitter:@fcsudaca

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

A virada do Nacional

Luis Aguiar comemora um dos gols da goleada do Peñarol sobre o Nacional em abril do ano passado. Hoje, aurinegros não têm muito o que comemorar, ao contrário do rival (Foto: EFE)




Por: Felipe Ferreira (@felipepf)


27 de abril de 2014. No Estádio Centenário, em Montevidéu, o Peñarol vencia o Nacional por 5 a 0, a maior goleada da história do clássico, ficando notório, a quem acompanhava o futebol uruguaio na época, que os Carboneros mostravam-se um tanto quanto superiores comparados a seu maior rival, diante de um um momento pouco animador para o Uruguai no cenário internacional com os dois gigantes do país tendo obtido resultados pífios na Libertadores daquele ano.

23 de fevereiro de 2015. Se alguém, em abril, dissesse que o Penãrol vivia uma situação preocupante e o Nacional vivesse um período de ascensão capaz de creditá-lo, inclusive, a representar o futebol uruguaio com dignidade, este alguém seria diagnosticado com insanidade mental, tudo porque esse cenário era tido como completamente improvável. Entretanto, o mundo do futebol dá voltas e o panorama diagnosticado é, de certa forma, inverossímil, isso porque, por mais difícil de acreditar que seja, o Decano ameaça retomar os tempos de hegemonia nacional, enquanto o seu maior rival, antes tão superior, vive dias bastante difíceis. 

Em situação delicada, sem convencer toda a tradição e força da camisa, foi de uma aposta da diretoria que o Nacional começou a tomar um caminho diferente. Abalado por uma eliminação precoce, uma campanha mediana no Apertura e a goleada no dérbi local, o Rey de Copas não tinha muito o que fazer e, de maneira interina, Álvaro Gutiérrez, treinador de experiência apenas em clubes uruguaios de pouca expressão, chegava ao comando da equipe. Era o primeiro para a concretização de uma renovação empreendida por todos do clube.

Superando a desconfiança inicial, Gutiérrez veio a conquistar o Apertura uruguaio conquistando 42 (17 a mais que o Peñarol) dos 45 pontos, isso sem contar o brilhante aproveitamento ostentado pelo treinador com apenas uma derrota em 22 jogos, denotando o ótimo momento pelo qual o clube uruguaio atravessa.

Analisando o rápido impacto da chegada de Álvaro, ex-meio-campo de sucesso no futebol uruguaio durante a década de 90, a causa para isso é explicada por uma decisão em especial envolvendo o aproveitamento de atletas oriundos da categoria de base, o que foi vital para definir o atual padrão de jogo do Nacional e tornar a alavancar o nível técnico do clube, que sofria com um elenco envelhecido.

Entre nomes já consolidados no time principal, como o volante Carlos de Pena, os meia Gastón Pereiro e Gonzalo Ramos, a equipe de Álvaro Gutiérrez já deve ter outros jovens valores agregando ao time principal, como Leandro Otormín e o brasileiro Pablo Valim, denotando a consolidação do projeto de formação de atletas do Decano e, acima de tudo, de um padrão de jogo dentro do time profissional.

Diante desse panorama e com o físico do time revigorado, Gutiérrez foi capaz de montar uma equipe longe de apresentar um plano de jogo, mas vindo a ser eficiente e contundente, principalmente no setor ofensivo. Assim, até mesmos medalhões, que começavam a gerar desconfianças, como Álvaro Recoba, ganharam uma importância a mais dentro do plantel e, dentro de campo, passaram a obter um rendimento ainda maior, para o encanto da torcida. Agora, o objetivo é aproveitar dessa experiência para impulsionar os jovens a "encorparem" ainda mais e, dessa forma, contribuir para o Nacional ir bem na Copa Libertadores.

Enquanto isso, o outro gigante uruguaio, o Peñarol, segue linha totalmente contrária. Tendo iniciado o ano de 2014 com Jorge Fossatti e terminando-o com Paolo Montero treinando a equipe de maneira interina, quem chegou para o ano de 2015 foi Pablo Bengoechea. Com tantas mudanças e técnicos adeptos de esquemas táticos completamente diferentes (Fossatti jogava com 3 zagueiros, Montero utilizava o 4-4-2), Bengoechea vem sofrendo para definir um padrão de jogo para o atual elenco aurinegro, ainda mais que a qualidade técnica dos jogadores acrescenta uma dificuldade a mais para o seu trabalho.

Sofrendo com um ambiente interno um tanto quanto conturbado desde a polêmica saída de Diego Aguirre, os Carboneros sofrem para reeditarem seus momentos de glória e, ao contrário do Nacional, não consegue aproveitar-se de maneira eficiente dos jovens formados em suas categorias de base, tornando a situação ainda mais delicada, tornando difícil uma eventual reformulação.

Nos últimos tempos, bons nomes surgiram nas canteras aurinegras, mas todos acabaram sendo subutilizados no profissional. Sebastián Cristófano (que já se transferiu para o Sevilla) e Jonathan Rodríguez são exceções à regra, porque Nahitan Nández, por exemplo, é outra ótima jovem promessa, no entanto, acabou preterido por veteranos que pouco acrescentam ao time, como Sergio Orteman e Marcel Novick, tornando ainda mais difícil a chance de mudanças no panorama carbonero.

Dessa forma, o Peñarol vai indo de mal a pior. Com Bengoechea perdido no comando, a pré-temporada dos Maynas em 2015 se arrasta, até aqui, sem nenhuma vitória e, o pior, nos dois encontros contra o Nacional, o resultado final foram dois reveses, inclusive um vexatório 3 a 0 que, mesmo sendo um amistoso, foi bastante doloroso. Assim, com um sendo o oposto do outro, o Decano virou o jogo do 5 a 0 à longo prazo, ascendeu e o futebol uruguaio vê um de seus gigantes recuperar a força a qual sempre lhe foi tradicional.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Palestino e Universidad de Concepción decidirão a Copa Chile

Foto: Site oficial Palestino
 
Por: Bruno Núñez (@BrunoNunez)
Na última quarta-feira foram definidos os finalistas da Copa Chile 2014-15. Palestino e Universidad de Concepción são os últimos sobreviventes da competição que começou em maio do ano passado, quando continha 32 participantes.
Para o Palestino não houve sofrimento para chegar à final. O elenco árabe recebeu o Antofagasta no Estádio de La Cisterna e não tomou conhecimento do rival, goleando por 5 a 1. Os gols da classificação foram marcados por Germán Lanaro (2), Renato Ramos (2) e Marcos Riquelme, enquanto Rodrigo Riquelme fez o tento de honra do clube do norte do país. Na ida, em jogo disputado em Mejillones, os times terminaram empatados em 1 a 1.


Foto: Universidad de Concepción

Por outro lado, a Universidad de Concepción ficou muito perto de dar adeus ao torneio. Após perder por 2 a 1 na ida, a representação penquista precisava de um bom resultado para eliminar a Unión Española no Estádio CAP, em Talcahuano. Pedro Múñoz fez o primeiro para os mandantes, mas o time da capital empatou com “El Tanque” Ferreyra, ex-Botafogo.
O empate em 1 a 1 classificava o clube da colônia espanhola à final da Copa Chile, mas no último lance do jogo apareceu novamente Pedro Múñoz, marcando seu segundo gol na partida e forçando a definição do duelo para a disputa de pênaltis. Nas penalidades máximas, 4 a 3 para o Campanil, que avançou ao jogo derradeiro da competição.

Palestino e Universidad de Concepción estão em grande fase no futebol chileno. Ambos vêm conseguindo grandes resultados nas últimas temporadas. O time árabe, comandado pelo genial Pablo Guede, conseguiu a classificação à Copa Libertadores no último Apertura, enquanto o clube penquista é o líder do Clausura sob a batuta de Ronald Fuentes.

Talvez o Palestino seja o que mais precise da taça, já que não grita campeão em um torneio nacional desde o ano de 1978, quando ganhou o Campeonato Chileno, liderado por Oscar Fabbiani. O jejum do jovem clube auricielo é menor, já que triunfou na Copa Chile em 2009, além de ter conquistado a Segunda Divisão em 2013.
A final da Copa Chile ainda não tem data marcada nem local definido. Quem triunfar na decisão ganha a vaga de Chile 1 na Copa Sul-Americana 2015. Além disso, o clube vencedor disputa a Supercopa do país contra o melhor campeão chileno da temporada 2014-15.





A passagem de Trezeguet pelo futebol argentino

Foto: Getty Images

Por: Guilherme Sacco (@guilhermesacco)

No último dia 20 de janeiro, o futebol perdeu uma das suas grandes estrelas. O atacante David Trezeguet anunciou o final de sua carreira, após uma passagem apagada pela Índia. Nascido na Normandia, região do norte da França, o centroavante é uma das principais figuras da história do futebol francês e viveu seus últimos bons momentos dentro dos gramados argentinos. Apesar de europeu, Trezeguet é filho de Jorge Trezeguet, ex-jogador argentino, e, por isso, viveu sua infância em Buenos Aires.

Nas ruas da capital argentina, David descobriu sua paixão pelo futebol e pelo River Plate. Apesar de Millonario, o atacante começou sua carreira pelo Platense, equipe do bairro de Florida, em Buenos Aires. Depois de se destacar nas categorias de base, Trezeguet foi promovido ao time profissional, aonde atuou apenas cinco vezes antes de retornar ao seu país natal para jogar pelo Mônaco. Na equipe do principado, se destacou e foi eleito o melhor jogador jovem do Campeonato Francês de 1998, o que lhe rendeu uma transferência para a Juventus, da Itália, além de uma convocação para a Copa do Mundo daquele mesmo ano, em que a França se sagraria campeão mundial jogando em casa.

Na Velha Senhora, o atacante viveu o auge de sua carreira, foi bicampeão italiano, artilheiro e melhor jogador da Serie A na temporada 2001/2002 e convocado constantemente para a seleção da França, aonde foi vice campeão mundial em 2006, na Alemanha. Na metade de 2010, deixou a Itália para jogar no Hércules, da Espanha, aonde permaneceu por um ano até se transferir para o Baniyas SC, dos Emirados Árabes Unidos. Entretanto, uma lesão grave fez Trezeguet rescindir seu contrato com a equipe e, em dezembro de 2011, realizar seu grande sonho: defender o seu querido River Plate.

Recém rebaixado à B Nacional, o River vivia o pior momento da sua história e Trezeguet se encarregou de trazer a equipe de Buenos Aires de volta às glórias. Seu primeiro gol pela equipe de coração veio no dia 19 de janeiro de 2012, em uma partida contra o Racing, pelo Torneio de Verão. A estreia oficial aconteceu no Estadio Ciudad de La Plata, em 12 de fevereiro, quando a atacante substituiu a promessa Lucas Ocampos durante a vitória por 2 a 0 sobre o Chacarita Juniors.

O primeiro jogo no Monumental de Núñez foi também o do primeiro gol oficial de Trezeguet na caminhada com o River Plate. Com um a menos desde os 11 minutos da primeira etapa, o Millonário vencia o Independiente Rivadavia por 2 a 0 aos 33 minutos da segunda etapa, quando o francês entrou no lugar do ídolo Cavenaghi. Dez minutos depois, o centroavante recebeu um belo cruzamento da direita e testou firme para fechar o marcador e fazer o Monumental explodir em festa. Trezeguet manteve a excelente forma com a camisa Millonária e foi fundamental para o retorno do River Plate à primeira divisão. Na última partida da B Nacional, contra o Almirante Brown, o centroavante teve uma das atuações mais simbólicas de sua passagem pelo Monumental de Núñez. Com dois gols marcados e um pênalti perdido, Trezeguet foi o principal nome da vitória por 2 a 0 que selou o retorno do River à elite argentina.

Entretanto, os bons momentos vividos por David com a camisa branca e vermelha não encantaram o técnico Ramón Díaz, que decidiu não manter o centroavante no elenco para a disputa da primeira divisão, gerando muita revolta da torcida. Trezeguet encerrou sua passagem pelo time de seu coração com 13 gols em 18 partidas, ficando atrás na lista de artilheiros apenas do ídolo Fernando Cavenaghi, que marcou 19 vezes.

Em 22 de julho de 2013, Trezeguet assinou contrato com o Newell’s Old Boys para a disputa da primeira divisão e da Copa Libertadores da América. Com a camisa leprosa, o centroavante não conseguiu repetir as atuações da época de River Plate, foi reserva do artilheiro Ignacio Scocco na maioria das partidas, mas ainda alcançou marcas importantes para a sua carreira. No dia 2 de novembro, o Newell’s perdia para o Colón por 2 a 0 quando o francês anotou o seu 300º gol da carreira. O atacante ainda marcaria mais um nos minutos finais e garantiria um ponto fundamental para manter a equipe na luta pelo título do Torneio Inicial, que seria perdido rodadas depois para o Vélez Sarsfield.
Foto: Getty Images
Na Copa Libertadores da América de 2014, o Newell’s caiu no grupo da morte e fracassou. Ao lado de Grêmio, Atlético Nacional e Nacional, os leprosos terminaram a primeira fase na terceira colocação e viram brasileiros e colombianos avançarem para o mata-mata. A única boa atuação do atacante no torneio continental veio na quinta rodada, quando o Newell’s foi até o Uruguai e venceu o Nacional por 4 a 2, com dois gols do centroavante nos minutos finais, desempatando a partida. Entretanto, a derrota para o Atlético Nacional, em casa, na última rodada encerrou a participação da equipe na competição.

Em 30 de julho de 2014, Trezeguet encerrou sua passagem pelo futebol sudaca e assinou com o Pune City, da Índia, aonde fez apenas nove partidas antes de se aposentar em 20 de janeiro de 2015, para fazer parte da comissão técnica da Juventus. Apesar de curta, a epopeia de Trezeguet pelas canchas argentinas estará eternamente na memória do torcedor do River Plate, que viu um jogador consagrado internacionalmente, campeão da Copa do Mundo, largar a Europa para resgatar sua equipe do coração de uma situação difícil.

Para Trezeguet, a aventura na Argentina, principalmente durante a passagem pelo River, foi o auge de sua carreira: "Senti coisas que eu nunca senti antes na minha carreira. Nem com a Juventus, nem com o Mônaco e nem mesmo sendo campeão do mundo com a França. Ser torcedor do River e poder receber o carinho dessa gente... eu nunca me senti tão vivo".


quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

O Cruzeiro de 2015 com um toque de qualidade charrua

Foto: Getty Images

Por: Jhon Tedeschi (@jhontedeschi)

Nos últimos dias todos assistimos a uma novela interminável envolvendo Cruzeiro e Internacional, cujo pivô respondia pelo nome de Giorgian De Arrascaeta. Muita gente dava como certa a contratação do meia uruguaio pelo clube gaúcho, no entanto os mineiros, quietinhos como só eles sabem ser, entraram fortes na negociação e garantiram mais um reforço para a temporada 2015.
Mas, afinal, quem é esse jogador oriundo de um clube médio do Uruguai que colocou dois gigantes do futebol brasileiro em rota de colisão negocial?

Aos 20 anos de idade, De Arrascaeta é tratado como uma joia do futebol charrua desde os 18, quando foi figura importantíssima na conquista do Clausura 2013 pelo Defensor. Apesar de já figurar nas seleções de base do Uruguai, ajudando seu país a ser vice-campeão mundial na categoria sub-20, em 2013, o armador ainda não era conhecido do grande público. Era necessária uma participação internacional de grande destaque. E ela aconteceu, mais precisamente na Libertadores da América 2014, quando Giorgian foi o maestro do time violeta que alcançou uma inédita fase semifinal do torneio. 

O que deve estar passando pela cabeça dos cruzeirenses – e de seus adversários – é: como De Arrascaeta poderá contribuir no já encaixado time treinado por Marcelo Oliveira?

Para chegarmos a essa resposta, ou ao menos perto dela, precisamos entender como De Arrascaeta joga, em que contexto ele estava inserido no seu clube de origem, e como ele poderá entrar no esquema de jogo do Cruzeiro. No Defensor que chegou às semifinais da Libertadores, De Arrascaeta era um artífice do contra-ataque mortal armado pelo técnico Fernando Curuchet, em uma equipe que jogava no 4-4-2 clássico, com defesa e meio-campo em linha. Neste sistema tático, o garoto jogava aberto pela direita, podendo utilizar toda sua velocidade e habilidade, sempre às costas dos laterais adversários. No entanto, as melhores atuações de Giorgian foram como segundo atacante, com mais liberdade de aproximação à área adversária, com muita qualidade para atuar entre as linhas de meio e defesa dos rivais.

O uruguaio chega à Toca da Raposa para substituir ninguém menos que o craque do último Campeonato Brasileiro. O detalhe fica nas diferenças entre as características de Ricardo Goulart e De Arrascaeta, uma vez que o meia-atacante recém negociado com o futebol chinês é um jogador com maior poder de definição, com mais força, enquanto o jovem uruguaio é mais criativo, veloz e driblador – se assemelhando muito a Everton Ribeiro.

Ou seja, De Arrascaeta, ao que tudo indica, não será um substituto para Ricardo Goulart, e sim uma alternativa interessante na dinâmica que o 4-2-3-1 cruzeirense oferece, aumentando mais a velocidade e a criatividade do tripé final da meia-cancha, mas precisando se adaptar à constante movimentação que este esquema exige. O uruguaio tem uma propensão natural a jogar pelo lado direito do campo, a propósito, também a posição original de Everton Ribeiro. Acredito que Marcelo Oliveira encontrará uma forma de entrosá-los de modo que ambos não se marquem dentro de campo. O terceiro elemento do trio de armadores deverá sair entre Dagoberto, Willian ou Marquinhos, todos eles jogadores de velocidade e movimentação, mas sem a inventividade dos dois armadores. 

Azeitando bem este sistema, sem dúvidas o centroavante escolhido pelo treinador cruzeirense (Leandro Damião? Riascos? Júlio Baptista?) será constantemente municiado, sem qualquer tipo de prejuízo em relação a 2013 e 2014. Muito pelo contrário, com o acréscimo de De Arrascaeta, o sistema ofensivo do Cruzeiro tende a ser ainda mais mortal que nas temporadas anteriores.